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Epitoniidae ( Portuguese )

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Epitoniidae (nomeados, em inglês, wentletraps -pl.[1][11]; nome derivado do alemão wendeltreppe, cujo significado, traduzido para o português, é "escada em espiral", devido à forma de suas conchas[1][13], e assim também denominadas staircase shells ou ladder shells -pl.[14][15]; em português - PRT -, escalárias -pl.[16]; em castelhano, escalas ou escalarias -pl.[2]; daí também provindo sua antiga denominação científicaː Scalariidae Lamarck, 1812)[6][17] é uma família de moluscos gastrópodes, marinhos e carnívoros, que se alimentam de cnidários como anêmonas do mar, caravelas-portuguesas e corais; agora também incluindo as distintas espécies não-bentônicas, mas de habitat pelágico, da obsoleta família Janthinidae, após o ano de 2017.[17][18][19][20] Foram classificados por Samuel Stillman Berry - no texto de 1910ː "[Review of] Report on a collection of shells from Peru, with a summary of littoral marine Mollusca of the Peruvian zoological province. By William Healey Dall, 1909, Proc. USNM, 37, pp. 147–294, pls. 20–28"; publicado em The Nautilus. 23(10), páginas 130-132[6] - e pertencem à subclasse Caenogastropoda, sendo os únicos representantes da superfamília Epitonioidea.[5] Sua distribuição geográfica abrange principalmente os oceanos tropicais da Terra, embora algumas espécies sejam adaptadas a ambientes mais frios, como a Antártida[7], em locais de águas rasas a muito profundas[1][11], incluindo a zona abissal.[21] Algumas espécies são ectoparasitas e vivem junto à base dos cnidários, estendendo sua longa probóscide até os tentáculos e retirando pequenos pedaços de tecido, sem ocasionar a morte do seu hospedeiro.[18]

Descrição da concha

Compreende, em sua quase totalidade, caramujos ou búzios de conchas cônico-pontiagudas, fusiformes e com espiral geralmente alta, solta ou firmemente enrolada; normalmente pequenas e sem coloração (raramente castanhas), com poucas atingindo tamanhos superiores aos 5 centímetros de comprimento; cobertas com um relevo muito esculpido, em sua maioria, geralmente com costelas axiais, regularmente ou mais ou menos espaçadas, ou com varizes, todas assim formadas como expansões dos lábios externos em pausas anteriores do crescimento do animal; em alguns casos com costelas ou estrias em espiral também presentes. Sua abertura pode ser totalmente arredondada, circular ou oval, e também podem apresentar conchas umbilicadas. Protoconcha lisa. Não possuem canal sifonal e seu opérculo é córneo e circular, com finas e poucas voltas espirais e com núcleo quase central.[1][2][14][15][17][20][22]

Descrição do animal e características dos Janthinidae

O animal dos Epitoniidae possui o curto, truncado na frente e estendendo-se muito à frente da sua cabeça; com olhos do lado externo, próximos à base dos tentáculos, que são longos, estreitos e próximos. Margem do manto simples, com dobra sifonal rudimentar. Suas mandíbulas são ovais ou semicirculares[22] e a rádula é do tipo ptenoglossa. Em Janthina e Recluzia (gêneros que pertenceram aos Janthinidae) os animais são cegos e passam sua vida na zona epipelágica (superfície dos oceanos) de mares tropicais, se alimentando de Physalia, Porpita e Velella, ou de Minyadidae flutuantes, e suspensos por uma bolsa de bolhas de ar revestidas por muco endurecido. Suas conchas são comumente roxas e com espiral baixa, leves, globosas e bastante frágeis, de abertura subquadrada e sem opérculo. Tanto estes gêneros citados quanto os Epitoniidae mais tradicionais podem secretar uma secreção púrpura ou violeta. Tal substância parece anestesiar a presa para facilitar a digestão.[11][15][17][20][23][24]

Reprodução

Os membros desta família são hermafroditas protândricos; onde os órgãos sexuais masculinos atingem a maturidade sexual primeiro, produzindo espermatozóides e assim, à medida que crescem, as gônadas convertem-se em órgãos sexuais femininos, que passam a produzir óvulos.[18][20]

Classificação de Epitoniidae

De acordo com o World Register of Marine Species, suprimidos os sinônimos e gêneros extintos.[6]

Acirsa Mörch, 1857
Acrilla H. Adams, 1860
Acrilloscala Sacco, 1890
Alexania Strand, 1928
Alora H. Adams, 1861
Amaea H. Adams & A. Adams, 1853
Boreoscala Kobelt, 1902
Chuniscala Thiele, 1928
Cirsotrema Mörch, 1852
Clathroscala de Boury, 1890
Claviscala de Boury, 1909
Couthouyella Bartsch, 1909
Cycloscala Dall, 1889
Cylindriscala de Boury, 1909
Eccliseogyra Dall, 1892
Eglisia Gray, 1842
Epidendrium A. Gittenberger & E. Gittenberger, 2005
Epifungium A. Gittenberger & E. Gittenberger, 2005
Epitonium Röding, 1798
Filiscala de Boury, 1911
Fragilopalia Azuma, 1972
Globiscala de Boury, 1909
Gregorioiscala Cossmann, 1912
Gyroscala de Boury, 1887
Iphitus Jeffreys, 1883
Janthina Röding, 1798
Kurodacirsa Masahito & Habe, 1975
Minabescala Nakayama, 1994
Murdochella Finlay, 1926
Narrimania Taviani, 1984
Narvaliscala Iredale, 1936
Opalia H. Adams & A. Adams, 1853
Opaliopsis Thiele, 1928
Papuliscala de Boury, 1911
Periapta Bouchet & Warén, 1986
Proscala Cossmann, 1912
Punctiscala de Boury, 1890
Recluzia Petit de la Saussaye, 1853
Rectacirsa Iredale, 1936
Rutelliscala Kilburn, 1985
Sthenorytis Conrad, 1863
Surrepifungium A. Gittenberger & E. Gittenberger, 2005
Variciscala de Boury, 1909

Ilustrações de espécies de Epitoniidae

Referências

  1. a b c d e f g h WYE, Kenneth R. (1989). The Mitchell Beazley Pocket Guide to Shells of the World (em inglês). London: Mitchell Beazley Publishers. p. 42-44. 192 páginas. ISBN 0-85533-738-9
  2. a b c d e FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 114-116. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X
  3. «Gyroscala statuminata (G. B. Sowerby II, 1844)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  4. «Gyroscala statuminata» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021
  5. a b «Epitonioidea Berry, 1910 (1812)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  6. a b c d e «Epitoniidae Berry, 1910 (1812)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  7. a b «Acirsa antarctica (E. A. Smith, 1907) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  8. «Epitonium pallasi (Kiener, 1838)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  9. «Epitonium clathrus (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  10. «Cirsotrema varicosum (Lamarck, 1822)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  11. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 68-70. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  12. «Amaea magnifica (G. B. Sowerby II, 1844)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  13. «Family Epitoniidae - Wentletraps» (em inglês). Seashells of NSW. 1 páginas. Consultado em 4 de novembro de 2020
  14. a b OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 56. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  15. a b c «Wentletrap» (em inglês). Encyclopædia Britannica. 1 páginas. Consultado em 19 de dezembro de 2020
  16. Ferreira, Franclim F. (2002–2004). «Conchas». FEUP. 1 páginas. Consultado em 30 de novembro de 2020
  17. a b c d LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 48-49. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
  18. a b c «EPITONIIDAE». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  19. «Janthinidae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  20. a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 96-102. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
  21. Huang, Chih-Wei; Lee, Yen-Chen (julho de 2016). «Checklist of the family Epitoniidae (Mollusca: Gastropoda) in Taiwan with description of a new species and some new records» (em inglês). Biodiversity Data Journal 4(4):e5653 (ResearchGate). 1 páginas. Consultado em 28 de novembro de 2020. The family Epitoniidae is a group of small to medium-sized gastropods and occurs globally from the intertidal zone to abyssal seabeds. A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  22. a b Durham, J. Wyatt (setembro de 1937). «Gastropods of the Family Epitoniidae from Mesozoic and Cenozoic Rocks of the West Coast of North America, including One New Species by F. E. Turner and One by R. A. Bramkamp» (em inglês). Journal of Paleontology Vol. 11, No. 6. (JSTOR). p. 479. Consultado em 8 de novembro de 2020
  23. «JANTHINIDAE». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  24. Beu, A.G. (2017). «Evolution of Janthina and Recluzia» (PDF) (em inglês). Records of the Australian Museum. 69(3). 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
  25. a b «Janthina janthina (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  26. «Sthenorytis pernobilis (P. Fischer & Bernardi, 1857) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  27. «Epitonium bellicosum Hedley, 1907 distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  28. «Cirsotrema pumiceum (Brocchi, 1814) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  29. «Eccliseogyra formosissima (Jeffreys, 1884) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  30. «Epitonium krebsii (Mörch, 1875) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
  31. «Epitonium krebsii (Mörch, 1875)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2020
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