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Cecropia peltata ( Portuguese )

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Cecropia peltata é uma árvore da família Urticaceae, nativa, não endêmica do Brasil.[5][4][6][7][8] É considerada uma das cem piores espécies invasoras do mundo. Quando introduzida é considerada erva daninha ao longo de cursos de água, margens de estradas e terras abandonadas.[9][10] Alguns de seus nomes populares são embaúba eu caxeta.[11][12][13][14][15]

Morfologia

C. peltata atinge alturas entre 20 e 25 metros. Suas frutas são dispostas em um aglomerado carnudo, cilíndrico, de cor amarelada, com dois a cinco centímetros de comprimento; suas sementes são numerosas, com tamanho de 1,9 milímetros e massa de 1,6 miligramas; as raízes aéreas são muitas vezes conspícuas, pois a árvore é encontrada frequentemente em declives íngremes. Os corpos müllerianos e outros órgãos especializados para associação com formigas são amplamente ausentes nas populações de Caribe.[9]

Folhas

Suas folhas são bastante lobadas, são de digitadas a ovadas, de dez a cinquenta centímetros de largura, verde escuras, escabrosa na face superior e branco-tomentosa na face inferior, contém um látex leitoso.[9]

Tronco

Seu tronco é delgado, atinge até cinquenta centímetros de diâmetro, é oco, dividido nos nós conspícuos, possui cicatrizes estipulares e grandes cicatrizes em forma de "U"; sua casca é de cor cinza avermelhada.[9][10]

Flores

As fêmeas produzem quatro espádices por inflorescência que podem conter muitas centenas de (até oitocentas) pequenas frutas com uma só semente cada.[9]

Semelhança com outras espécies

A C. peltata é morfologicamente semelhante à C. concolor, C. pachystachya, C. obtusifolia e C. palmata e é diferenciada da C. palmata na Flórida (EUA) por ter os lobos das folhas separados em um terço do seu comprimento ao invés de ser inteiramente separado. Ela também se confunde com a C. schreberiana.[9]

Genética

A cecrópia possui 2n=28 cromossomos.[9][14]

Ecologia

C. peltata é uma árvore dioica, perenifólia, heliófita, intolerante a sombra, de crescimento rápido, descrita como pioneira, ou de sucessão adiantada, ou sucessão intermediária adiantada, ou secundária dominante; costuma surgir em áreas degradadas, em encostas íngremes ao lado de margens de rios, em clareiras e onde ocorreu deslizamento de terra. Bem adaptada a regiões tropicais e subtropicais úmidas, é intolerante a congelamento; não ocorre em áreas costeiras e áreas calcárias secas e pode crescer em solos de pH neutro a ácido, em diferentes variedades de textura de solo, com preferência em solos argilosos.[9][10]

Possui fotoblastismo positivo e em condições de insolação adequada sua taxa de germinação é entre 80% e 90%.[10] As mudas crescem rápido e podem atingir quinze centímetros em dez semanas. Em um ano podem atingir cerca de dois metros de altura. A altura máxima, entre 20 e 25 metros pode ser atingida é atingida em aproximadamente dez anos. Sua vida útil é de vinte a trita anos. Ela pode ser facilmente desraigada. As folhas das mudas jovens não são lobadas e são aveludadas em ambos os lados. Sua maturidade sexual é atingida por volta dos três a cinco anos.[9]

A polinização ocorre por anemofilia.[9]

Forma um banco de sementes grande e persistente no solo da floresta.[9]

Fenologia

A produção de frutas ocorre o ano inteiro e leva cerca de um mês para o aglomerado de frutas amadurecer.[9]

Dispersão

Uma das principais formas de dispersão é a zoocoria, pois seus frutos são consumidos por diversos vertebrados da fauna, como: macacos, aves, esquilos e morcegos. As sementes passam pelo trato digestivo dos animais e são difundidos efetivamente em distâncias consideráveis. A dispersão também ocorre por meio da água e ser depositadas às margens de rios após inundações.[9][10]

Associação

É mirmecófita, possui uma associação simbiótica altamente especializada com colônias de formigas Azteca sp. que picam; possui órgão especializado no qual as formigas vivem. As formigas alimentam-se de açúcares produzidos nos corpos müllerianos na base dos pecíolos e em troca, as formigas protegem a árvore do ataque de outros herbívoros, tais como as formigas cortadeiras; entretanto essa associação não existe em Porto Rico, nem em outras ilhas do Caribe.[9]

Controle biológico

Foi notado o ataque de Kretzschmaria clavus (Fr.) Sacc., que é o agente causador da podridão das raízes da macadâmia (Macadamia integrifolia), na C. peltata no Havaí. Ela também é atacada por Historis spp. e várias outras espécies de lagartas de mariposas no seu ambiente nativo. Também foi notado o ataque às folhas de C. peltata pelos seguintes organismos em Porto Rico: Correbidia terminalis, Gynaecia dirce, Historis odious, Prepodes spp. e Sylepta salicalis, embora o esfeito no crescimento e sobrevivência da árvore seja desconhecido, foi observado que esses organismos podem causar danos severos às folhas de árvores maduras. O estrangulamento por videiras é uma causa adicional da mortandade das árvores, sobretudo quando as árvores são jovens.[9]

Impacto ambiental

Há poucos estudos sobre a biodiversidade nativa quando a espécie é introduzida; uma das espécies prejudicadas nos Camarões pela competição foi a Musanga cecropoides, uma espécie pioneira nativa, que encontra-se em estado ameaçado de extinção devido ao monopólio do mesmo nicho.[9][10]

Distribuição geográfica

Ocorre naturalmente no Norte do Brasil, no bioma amazônico, em florestas de terra firme, nos estados: Acre, Amazonas, Pará e Roraima.[1] Ela ocorre em maior concentração na America Central, mas também distribui-se no México e no norte da América do Sul.[4] Ela foi introduzida em outros continentes, como: África nos países: Costa do Marfim, Camarões, Gana, Madagascar e Senegal e é considerado espécie invasora nos três primeiros; Oceania nos países: Polinésia Francesa e Nova Caledônia e também foi introduzida no Havaí. Na África ela foi introduzida em plantações de café como árvore de sombreamento.[9][10]

Não ocorre em áreas costeiras e áreas calcárias secas.[9]

Histórico taxonômico

As diferenças entre espécies do gênero Cecropia muitas vezes não são tão claras levando a uma certa confusão taxonômica. A C. peltata é considera um complexo de três espécies por algumas autoridades: C. peltata L. da América Central, Caribe e Norte da América do Sul, C. pachystachya Trécul. da parte central da América do Sul e C. concolor Willd. da Amazônia. Elas são morfologicamente semelhantes, mas suas distribuições geográficas ou ecológicas são diferentes levando a frequentes identificações errôneas. A taxonomia no gênero é um pouco confusa e mudanças de classificação podem ser esperadas.[9]

Utilidade

Os brotos jovens algumas vezes são cozidos e usados como alimento, suas frutas são comestíveis e consumidas cruas.[8] É usado como árvore de sombreamento em plantações de café, por ser de crescimento rápido. Também é cultivada como árvore ornamental e usada como combustível.[9][10]

Madeireira

É usada na indústria madeireira na produção de madeira compensada e produtos de madeira de baixa qualidade, como caixas e palitos de fósforo. Suas fibras podem ser usadas na produção de cordas, de sua madeira se produz pasta para papel com bom rendimento. Seus troncos ocos são usados como calhas e canos.[9]

Medicinal

É utilizada medicinalmente pela população de seu ambiente nativo como: analgésico, antiasmático, bactericida, fungicida, anti-inflamatório, antioxidante, diurético e laxante. Também é usada para tratar condições como: doença de Parkinson, reumatismo, diabetes, disturbios do fígado, pressão arterial alta e verrugas.[9]

Madeira

Possui densidade específica de 0,29, é considerada de baixa densidade e baixa qualidade.[9]

Nomes populares

No Brasil: embauba e caxeta; países anglófonos: trumpet tree, congo pump, pop-a-gun, snakewood tree, trumpet wood, wild paw paw; países hispânicos: guarumo; yagrumo hembra; francófonos: bois cannon, faux ricin, parasolier, pisse-roux e papyrus géant; Alemanha: Trompetenbaum; e Itália: legno trombetta.[9]

Referências

  1. a b c «Cecropia». Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de outubro de 2017
  2. «Cecropia». Integrated Taxonomic Information System (ITIS) (http://www.itis.gov). Consultado em 11 de outubro de 2017
  3. «Cecropia peltata L.». The Plant List. Version 1.1. Published on the Internet; http://www.theplantlist.org/. 2013. Consultado em 11 de outubro de 2017
  4. a b c «Cecropia peltata L.». Global Biodiversity Information Facility disponível em: https://www.gbif.org/. Consultado em 11 de outubro de 2017
  5. «Cecropia peltata L.». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 11 de outubro de 2017
  6. Roskov Y., Abucay L., Orrell T., Nicolson D., Bailly N., Kirk P.M., Bourgoin T., DeWalt R.E., Decock W., De Wever A., Nieukerken E. van, Zarucchi J., Penev L. (2017). «Cecropia peltata L.». Species 2000 & ITIS Catalogue of Life, 2017 Annual Checklist. Digital resource at www.catalogueoflife.org/annual-checklist/2017. Species 2000: Naturalis, Leiden, the Netherlands. ISSN 2405-884X. Consultado em 11 de outubro de 2017 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  7. «Cecropia peltata L.». Plants for a Future (PFAF). Disponível em: http://pfaf.org. Consultado em 11 de outubro de 2017
  8. a b «Cecropia peltata L.». Useful Tropical Plants Database. Disponível em: http://tropical.theferns.info/. Consultado em 11 de outubro de 2017
  9. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x Nick Pasiecznik. «Cecropia peltata L.». França: Invasive Species Compendium. Wallingford, GBR: CAB International. www.cabi.org/isc. Consultado em 11 de outubro de 2017
  10. a b c d e f g h «Cecropia peltata L.». Global invasive species database. Disponível em: http://www.iucngisd.org. Consultado em 11 de outubro de 2017
  11. «CÁXETA, A ÁRVORE». http://www.plantasquecuram.com.br/. Consultado em 11 de outubro de 2017
  12. «Cecropia peltata L. - EMBAÚBA». http://www.plantamed.com.br. Consultado em 11 de outubro de 2017
  13. «Cecropia peltata L.». Encyclopedia of Life (EoL). Consultado em 11 de outubro de 2017
  14. a b «Cecropia peltata L.». Northeastern Area State & Private Forestry - USDA Forest Service. Disponível em: https://www.na.fs.fed.us/. Consultado em 11 de outubro de 2017
  15. «Cecropia peltata L.». National Center for Biotechnology Information disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/. Consultado em 12 de outubro de 2017
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Cecropia peltata é uma árvore da família Urticaceae, nativa, não endêmica do Brasil. É considerada uma das cem piores espécies invasoras do mundo. Quando introduzida é considerada erva daninha ao longo de cursos de água, margens de estradas e terras abandonadas. Alguns de seus nomes populares são embaúba eu caxeta.

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